Podcast RioBravo

Conversamos com o economista Samuel Pessoa, que é chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. No Podcast, Pessoa fala a respeito do tema que ocupa espaço relevante nesta disputa presidencial: o desempenho econômico do Brasil nos últimos quatro anos. Para o economista, duas propostas de desenvolvimento econômico têm sido debatidas. De um lado, está a agenda da sociedade brasileira, referendada em texto constitucional, que sustenta a existência de um Estado de Bem-Estar; de outro, nota-se a proposta da nova matriz econômica, defendida pelos formuladores de política econômica do atual governo, que ganhou fôlego no Brasil a partir da crise econômica de 2008. Samuel Pessoa observa, ainda, que o que está em discussão não é o tamanho, mas, sim, a natureza da intervenção do Estado no processo econômico. Nesse sentido, o entrevistado observa que o forte intervencionismo do Estado nos últimos anos explica a queda de produtividade que o País tem experimentado desde 2011. Samuel Pessoa é doutor em economia pela USP e especialista em crescimento, flutuações e desempenho econômico. Entrevista gravada em 16 de outubro de 2014.

Conversamos com Bel Pesce, a jovem empreendedora e fundadora do FazInova, que é considerada uma das personalidades mais influentes entre os jovens, numa lista encabeçada por Jorge Paulo Lemmann e Joaquim Barbosa. No Podcast, além de comentar um pouco a respeito da própria história – da brasileira de classe média que foi para os Estados Unidos estudar no MIT e trabalhar no Vale do Silício –, a entrevistada destaca a importância de pensar o empreendedorismo como prática responsável. Bel Pesce, nesse sentido, entende que a iniciativa empreendedora vai além da ideia de gerar lucro; antes, trata-se de algo que tem como objetivo principal impactar a sociedade de forma mais permanente. É esse ideário que está por trás do FazInova, projeto que fez Bel Pesce voltar ao Brasil e pensar na educação articulada ao empreendedorismo. Ela salienta, além disso, quais são os projetos que mais chamam a sua atenção na internet hoje em dia e como é possível desenvolver talentos para conquistar novas oportunidades relacionadas à educação e ao desenvolvimento. Entrevista gravada em 26 de agosto de 2014.

Conversamos com Almino Affonso, autor de “1964 na visão do Ministro do Trabalho de João Goulart”, publicado este ano pela editora Imprensa Oficial. No Podcast, Almino Affonso, ao falar sobre o livro, resgata os momentos que foram decisivos para que o golpe militar de 31 de março de 1964 acontecesse no País. O entrevistado observa, nesse sentido, que a história original do golpe remonta ao ano de 1954, numa disputa que envolvia a Petrobras. Além disso, o autor fala de sua experiência política durante o governo João Goulart como parlamentar e como ministro de Estado. Para Almino Affonso, o tema da ditadura militar ainda atrai o interesse das novas gerações de leitores e estudantes porque durante muito tempo essa história não foi devidamente contada, haja vista que mesmo os meios de comunicação endossaram, num primeiro momento, o golpe militar há 50 anos. Entrevista gravada em 04 de setembro de 2014.

Conversamos com o economista Dorival Mata-Machado, diretor-geral da Ipsos Public Affairs. No Podcast, Mata-Machado comenta os resultados do estudo de comportamento que foi realizado pelo instituto Ipsos em 20 países. Segundo o levantamento, para a surpresa de muitos pesquisadores, as respostas dos entrevistados dão conta de que o Brasil é um país de valores mais conservadores do que o olhar estrangeiro esperava encontrar. Mata-Machado destaca, nesse sentido, que a discussão sobre os princípios conservadores têm ganhado fôlego no Brasil nos últimos tempos porque existem temas que só agora começam a ocupar espaço da agenda pública nacional, algo que era impossível quando os problemas do país giravam em torno de questões mais básicas, como o emprego e a hiperinflação. Ele observa, além disso, que a predisposição conservadora dos brasileiros não se deve apenas à influência da religião, mas é fruto, também, do modo como a sociedade foi forjada. Entrevista gravada em 17 de setembro de 2014.

Conversamos com Michael Reid, editor especial da revista The Economist e autor de “Brasil: a ascensão turbulenta de um país”, livro publicado no início do ano em inglês e que agora está disponível também em língua portuguesa. Na entrevista, o jornalista revela que, para escrever o livro, buscou estabelecer uma interpretação do País à luz de sua trajetória política porque as condições históricas são importantes para explicar o desenvolvimento de uma nação. No Podcast, Michael Reid comenta que a força que o Estado brasileiro adquiriu está relacionada à maneira com a qual o País foi forjado ao longo do tempo. O autor observa, também, que, embora o Brasil tenha se projetado na política global com seu soft power, sua política externa tem sido ambivalente nas questões básicas, ou: o País tem se destacado apenas na retórica, uma vez que do ponto de vista da tomada de decisão pouco tem sido feito nos últimos anos. Michael Reid foi o primeiro correspondente da The Economist no Brasil, tendo vivido por aqui entre 1996 e 1999. Atualmente, escreve a coluna Bello para a mesma publicação. Entrevista gravada em 18 de setembro de 2014.

Conversamos com Manoel Lemos, que é Chief Digital Officer do Grupo Abril e responsável pelo projeto Fazedores, uma iniciativa do Movimento Maker no Brasil. No podcast, Manoel Lemos explica o que a internet das coisas representa para a rede mundial de computadores, além de apontar as mudanças e os impactos oriundos desse novo estatuto da internet, enfatizando as vantagens e os riscos envolvidos nesse ambiente. O entrevistado comenta, ainda, a respeito das alterações de ordem da infraestrutura para o fluxo de dados e o funcionamento dessa nova etapa de conexão, ao mesmo tempo exigindo outros protocolos de segurança e oferecendo diferentes possibilidades aos usuários. Lemos fala, também, sobre a iniciativa com o Fazedores, cujo objetivo é agregar ideias e conhecimentos que possam ter impacto positivo na sociedade. Manoel Lemos cursou Engenharia da Computação na Unicamp e, antes da experiência como executivo da Abril, foi fundador de várias start-ups. Entrevista gravada em 29 de agosto de 2014.

Conversamos com Levindo Coelho Santos, CEO da Brix, empresa constituída como plataforma eletrônica de comercialização de energia elétrica. Na entrevista, Levindo destaca as características da atuação da Brix, ressaltando a importância de se estabelecer instrumentos financeiros que permitam uma gestão mais dinâmica de risco dessa commodity. O CEO comenta, além disso, a respeito dos diferenciais competitivos da Brix, como o apoio estratégico da Intercontinental Exchange, a maior bolsa de energia do mundo, que, de acordo com Levindo Santos, é a referência para a atuação da Brix no Brasil. O entrevistado fala a respeito, ainda, do modelo de receitas adotado pela empresa, que tem se mantido com valores simbólicos, apesar da variação do preço da energia nos últimos tempos. Com passagens por instituições como HSBC, Morgan Stanley e Banco Pactual, Levindo Santos é o CEO da Brix desde agosto de 2013. Entrevista gravada em 02 de setembro de 2014.

Conversamos com Cássio Maldonado Turra, professor da UFMG e diretor do Centro de Desenvolvimento Regional da mesma instituição. Na entrevista, Cássio Turra comenta sobre o atual momento de transição demográfica do Brasil, cujas consequências principais são a redução do ritmo de crescimento populacional e o envelhecimento da estrutura etária. Conforme a análise do entrevistado, essa mudança da estrutura etária impõe um efeito sobre o crescimento econômico. Nesse sentido, nos próximos anos, o Brasil, que hoje tem se beneficiado dessa transição demográfica, pode sofrer um impacto adverso no fator trabalho, que é importante para o desenvolvimento da economia. Cássio Turra é doutor pela University of Pennsylvania e pós-doutor em demografia pela Princeton University. Além da análise demográfica, o professor Cássio tem dedicado seus estudos a observar a demografia econômica, políticas públicas e dinâmica demográfica e mortalidade e saúde adulta.

Conversamos com Bruno Salama e Vicente Braga acerca do protagonismo que o Fundo Garantidor de Crédito tem desempenhado nos últimos anos. No Podcast, enquanto Salama atenta para os eventuais impactos da extensão do escopo do FGC, Braga destaca a linha tênue que sustentou a ação do Fundo no caso do Banco Panamericano há alguns anos. Os entrevistados falam, também, a respeito das condições para a atuação do FGC, que, muitas vezes, são forjadas a posteriori dos problemas relacionados às instituições bancárias. Bruno Salama é doutor em direito pela Universidade da Califórnia em Berkeley e autor do recém-publicado “O fim da responsabilidade limitada no Brasil: História, Direito e Economia”, além de ter orientado Vicente Braga na pesquisa acadêmica que observa a atuação do FGC. Entrevista gravada em 19 de agosto de 2014.

Conversamos com Francisco Pires, Vice-Presidente Comercial da Novelis América do Sul. Empresa líder no segmento de alumínio e de reciclagem, a Novelis é parte do Grupo Aditya Birla, o conglomerado multinacional sediado em Mumbai, na Índia. No Podcast, Francisco Pires comenta a respeito da importância da reciclagem tanto para a atuação internacional da empresa como também para o estabelecimento de uma nova cultura organizacional. Além disso, o entrevistado observa como as práticas da Novelis no Brasil têm servido de referência para as ações da empresa fora do País e, de quebra, apresenta quais são as estratégias da Novelis para os próximos anos. A operação da Novelis no Brasil envolve cerca de 1.800 funcionários e alcançou receita de US$ 1,6 bilhão no último ano fiscal. Para o negócio de reciclagem, a empresa mantém sete centros de coleta de sucata espalhados pelo País e conta com o maior centro de reciclagem da América do Sul. Entrevista gravada em 8 de agosto de 2014.

Conversamos com Matias Spektor, cientista político e autor do livro “18 dias”, publicado pela editora Objetiva. No Podcast, Spektor fala sobre os bastidores da transição política de 2002, quando, para além de um gabinete criado para a política interna, o então presidente Fernando Henrique Cardoso também interveio no contexto internacional, ajudando a dissipar a desconfiança que existia do governo norte-americano em relação ao Partido dos Trabalhadores e ao presidente Lula. O entrevistado também observa como, a partir dessa transição, a política externa brasileira estabeleceu conexão privilegiada com a diplomacia norte-americana, o que contrasta com o atual status da relação Brasil-Estados Unidos. Matias Spektor é professor-adjunto de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, com doutorado pela Universidade de Oxford. É autor do livro “Kissinger e o Brasil”. Entrevista gravada em 5 de agosto de 2014.

Conversamos com Vera Thorstensen, coordenadora do Centro Global de Comércio e do Investimento. No Podcast, a professora fala a respeito das estratégias delineadas pelos países para fazer acontecer o comércio internacional, destacando os grandes acordos entre os blocos econômicos, assim como o papel de organismos como a OMC nessa dinâmica. A pesquisadora critica de forma contundente a estratégia comercial adotada pelo Brasil, que privilegia parcerias com nações em desenvolvimento, descuidando, assim, dos grandes atores econômicos globais. Nesse sentido, a entrevistada defende a realização de acordos com todos os países com potencial, para além das eventuais preferências ideológicas. A professora Vera Thorstensen é pesquisadora da Escola de Economia de São Paulo da FGV e foi assessora econômica da Missão do Brasil em Genebra de 1995 a julho de 2010. Doutora pela EAESP-FGV com programas de pós-doutoramento em Harvard (EUA), CEPS (Bruxelas) e BID (Washington). Foi presidente do Comitê de Regras de Origem da OMC. Entrevista gravada em 16 de julho de 2014.

Conversamos com Hugo Segawa, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. No Podcast, Segawa fala sobre os novos desafios para o MAC nos próximos anos, que envolvem tanto a manutenção dos projetos de pesquisa associados ao trabalho de exibição do museu quanto a atração de um público que não necessariamente está acostumado com arte contemporânea – isso porque o MAC ocupa agora um prédio que até há pouco tempo era de outro órgão público em São Paulo. O diretor do MAC observa, ainda, a relação do novo prédio que abriga o museu com o espaço urbano da capital paulista, enfatizando que deve existir um melhor aproveitamento dos equipamentos de cultura e lazer na cidade. Hugo Segawa é professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e autor, entre outros, dos livros “Prelúdio da Metrópole” e “Arquitetura Latinoamericana Contemporânea”. Entrevista gravada em 14 de julho de 2014.

Conversamos com Philip McHugh, CEO da Barclaycard Business Solutions. No Podcast, McHugh comenta a respeito da transformação do cartão de crédito como meio preferencial para a realização de pagamentos corriqueiros do dia-a-dia. Nesse sentido, o CEO aponta que as novas tecnologias, sobretudo aquelas articuladas à telefonia móvel, têm sido fundamentais para o longo alcance do dinheiro de plástico – sendo possível falar, inclusive, da cashless society, ou seja, a tendência de que o dinheiro em espécie seja aos poucos deixado de lado. McHugh fala, também, sobre a experiência da cidade de Londres, onde até mesmo o transporte público foi positivamente afetado por essa mudança dos pagamentos. A Barclaycard tem se destacado internacionalmente não apenas na operação com cartão de crédito, mas, sobretudo, na linha da inovação dessa ferramenta, fazendo sua atualização para o seu uso na era da informação, com e-commerce e novas tecnologias de pagamento. Em que pese o sotaque, Philip McHugh nasceu em São Paulo e antes do posto na Barclaycard Business Solutions, passou pela Credicard e Citibank. Entrevista gravada em 11 de julho de 2014.

Conversamos com Carlos Andreazza, editor-executivo do Grupo Record. No Podcast, Andreazza fala sobre o papel do editor no século XXI, quando as auto-publicações tem ganhado mais espaço no mercado editorial tanto no Brasil como no exterior. O editor comenta, também, a respeito da estratégia da Record para os e-books, defendendo que é preciso apresentar um produto distinto daquele que é oferecido atualmente aos leitores com dispositivos eletrônicos à mão; além de mostrar como se chega ao preço final de um livro. Andreazza resgata, ainda, sua própria trajetória como editor: de casas publicadoras menores até alcançar o posto no Grupo Record. Formado em jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro, Carlos Andreazza tem passagens pelas editoras Contracapa e Capivara, no Brasil, e pela La Table Ronde, ligada ao prestigioso grupo francês Gallimard. E desde o final de 2013 é o editor-executivo do Grupo Record, sendo responsável pelos títulos de literatura brasileira e de não-ficção.