Marco Ruediger - A Semana Política

Ele sai enfraquecido da votação da segunda denúncia. O que se vê é um presidente sem condições de promover qualquer mudança significativa do país. No entanto, o presidente e seu grupo tem um profundo domínio do Congresso. O quadro tem mais nuances do que pode parecer.

O presidente da República é acusado pela segunda vez pela PGR de cometer crimes graves. Mas, isso não está sendo levado em consideração pelos deputados, que vão adotar postura de salvar Temer. O clima político é favorável ao governo. O método pelo qual Temer consegue se salvar é revelador pelo estado de putrefação moral e política de Brasília.

Nos últimos meses delação da JBS avançou sobre pessoas com foro privilegiado e não teve as punições o impacto esperado.

Não houve surpresa na votação. Temer não precisou passar pelo desgaste político da primeira denúncia. A tendência é que a decisão da CCJ seja confirmada no plenário da Câmara. Nem mesmo a delação de Lúcio Funaro foi capaz de alterar minimamente esse quadro.

Essa era a tendência, apesar do ensaio de alguma mudança. O voto aberto permite que os eleitores saibam como cada um votou. O Senado derrubou a decisão da Primeira Turma do STF que havia afastado o senador do mandato dele. Aécio deve retomar as atividades parlamentares.

Um está ajudando ao outro. Apesar disso, ainda há alguma oposição no Congresso. Deputados e senadores ainda verbalizam parte das insatisfações da opinião pública. Com isso, o fim desse processo pode ser mais prolongado do que se imagina. São casos muito sérios.

Conjunto de investigações revelou cerca de 300 casos de corrupção nas Forças Armadas.

O parecer do relator da denúncia contra Temer deve ser apresentado nesta terça-feira na CCJ. Será a primeira etapa de um processo, que tende a ser menos difícil que o primeiro. Embora haja um descontentamento da base aliada por causa de compromissos assumidos na primeira denúncia que não foram cumpridos. Com isso, o processo que pode se tornar um pouco mais longo.

Como o país não produz nada, falta todo o tipo de insumo e de remédios. População sofre de várias formas. No caso de quem tem câncer de mama, por exemplo, ao menos indicativo da doença, a recomendação é retirada, já que não como fazer quimioterapia e radioterapia.

Combate à corrupção foi uma das razões da premiação, que não era dada a alguém desde 2000.

Para André Trigueiro, enquanto a sociedade achar que uma pessoa que fala grosso vai resolver os problemas, todos estarão perdidos. É preciso enxergar a parte cheia do copo: um período riquíssimo que mostra o fim da impunidade. João Gabriel de Lima destaca que outras sociedades conseguiram fazer a corrupção deixar de ser algo normal. Ilan Brenman traz da referência da literatura a importância da força das instituições.

Situação é uma tragédia, destaca André Trigueiro, quando se pensa que o Brasil tem o maior volume de água doce do planeta. João Gabriel de Lima lembra que as questões das cidades são prioritárias e que a grande mudança precisa partir dos prefeitos. Ilan Brenman lembra que o esgoto a céu aberto coloca em xeque o desenvolvimento das crianças.

É o que acreditam João Gabriel de Lima e Ilan Brenman. Para João Gabriel, é preciso olhar o resultado com tristeza, mas lembrar que o Brasil construiu uma democracia sólida. Relação dos pais com esse movimento precisa ser muito cuidadosa, destaca Brenman. Estudo que colocou o Brasil na lanterna foi feito pelo Fórum Econômico Mundial.

De acordo com o antigo presidente da Câmara dos Deputados, houve uma tentativa de firmar acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral de República. Mas o peemedebista afirma que Janot exigia que a delação envolvesse mentiras.

Pesquisa CNI-Ibope mostra que índice de aprovação do governo Temer é de 3%. O Congresso, no entanto, tenta salvar o presidente da segunda denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República.